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Bispo da Diocese de Brejo- Dom José Valdeci Santos Mendes, aconselha lideranças ligadas a igreja a não se utilizar dos bens da igreja, veículos, prédios...Sejam poupados de finalidades política partidária.



Caríssimos padres, religiosos (as), leigos (as), consciente da importância da política para a promoção do bem comum e das eleições municipais como parte desse processo democrático, quero dialogar com todos e todas, uma vez que estamos muito próximos das eleições municipais.

 

Como cristãos, somos chamados e chamadas a agir de acordo com o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, orientados pelo seu mandato “vós sois o sal da terra... vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14). Ser sal é dá sabor à vida segundo os critérios de Deus, ser luz é brilhar para não ficarmos nas trevas sem saber para onde ir. Nossa atuação, iluminada pelo Espírito Santo de Deus, nos impulsiona para sermos sinal de sua presença e esperança para nosso povo tão desprezado e marginalizado pelo sistema político atual.

 

Como lideranças religiosas e cristãs, temos a grande responsabilidade de ajudar o nosso povo a não se deixar corromper ou manipular por aqueles e aquelas que compram votos, distribuem dinheiro, que fazem falsas promessas e tantas outras coisas afins. Esses e essas não merecem o nosso voto, nem a nossa confiança. Precisamos estar atentos e atentas para essas situações. Contudo, precisamos motivar os leigos e leigas para agirem com discernimento diante das eleições, tendo como finalidade primeira o bem comum, prezando pelo fortalecimento da democracia e da defesa da vida humana e de toda a criação (da casa comum). Neste sentido nos orienta São João Paulo II, ao afirmar que, “os fiés leigos não podem absolutamente abdicar da participação na política destinada a promover o bem comum” (CFL nº 42).

 

Aconselhamos, portanto, as nossas lideranças que têm a missão específica de coordenadores e coordenadoras de pastoral, organismos, movimentos e comunidades, que não usem desse cargo para fazer campanha eleitoral, pois sua missão é maior do que isso. Aconselho a conversar com seu pároco e pedir afastamento da função para não criar constrangimentos. E assim, ficar mais livre para suas atividades, seja candidato ou candidata, ou encarregados pela campanha eleitoral, sem com isso, deixar de primar pela comunhão.

 

É sensato que nosso posicionamento como bispo, padres, religiosos e religiosas, seja orientativo conforme os princípios evangélicos e a doutrina social da Igreja. Nesta perspectiva assegura o papa Bento XVI: “em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito e também o dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum” (mensagem do papa aos bispos do Maranhão por ocasião da visita ao vaticano em 28/10/2010).

Aconselho também que os bens da Igreja, veículos, prédios etc... sejam poupados de finalidades política-partidárias, seja quem for o candidato ou candidata. Ajudemos o nosso povo a descobrir o verdadeiro sentido da política, como bem lembra o Papa Francisco “a política... é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade porque busca o bem comum” (EG nº 205).

 

Aos cristãos leigos e leigas que estão concorrendo a um pleito nas eleições, seja no executivo ou no legislativo, deixo uma mensagem do Papa Francisco que afirma: “peço a Deus que cresçam o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo” (EG nº 205).

 

Que nosso Deus que é comunidade perfeita nos ajude a vivenciarmos a comunhão. Que Ele vos abençoe e vos proteja!

Fraternalmente,


+ Dom José Valdeci Santos Mendes.           

  Bispo de Brejo

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